terça-feira, 10 de maio de 2016

Nise da Silveira O coração da loucura



Recentemente assisti ao Nise: O Coração da Loucura, com Glória Pires.

Confesso que não seria minha primeira opção se fosse ao cinema hoje. Principalmente porque estão em cartaz filmes como Capitão América Guerra Civil e Batman v Superman, e eu gosto muito do gênero, o que não deve ser nenhuma surpresa. Também está em cartaz Mogli, que chamou muito minha atenção desde o primeiro trailer. Mas eu já tinha visto esses três.

Entretanto, existe um outro filme nacional em cartaz, chamado Em nome da Lei, que tem a Paola Oliveira. Ok! Julguem-me! A Paola chama mais minha atenção que a Glória, mas, para minha sorte, minha mulher queria ver Nise.

Existe o fato de minha esposa ser psicóloga, o que a coloca, de certa forma, como público alvo desta "película" (ainda se usa esse termo?). Nise trabalhou no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, Rio De Janeiro, a partir de 1944, que é quando começa o filme.

Diferente de minha mulher, eu era completamente alheio à história dessa personagem, então ela me adiantou que se tratava de alguém que foi contra as torturas e tratamentos típicos das clínicas psiquiátricas, como eletrochoque e lobotomia. Pra ser sincero, eu não estava muito empolgado para ver um drama denso e pesado sobre manicômios e tudo, como o ótimo Bicho de Sete Cabeças, mas minha esposa viu todos os filmes de super-herói que estrearam nos últimos anos junto comigo, então seria bom assistir com ela um sobre essa "super-heroína" real.

Entretanto, havia mais um detalhe importante na sinopse do filme que minha mulher havia me contato: Nise trabalhou com arte para tratar seus clientes. E é bem aqui que a coisa toda funciona.

Glória Pires começa como uma mulher meio dura, a primeira cena é quase militar, rígida em seus "bom dia, fulana", mas tudo se transforma com a atenção reforçada que Nise dá tanto aos seus clientes (ela se recusa a chamar de pacientes) quanto aos seus colegas de profissão.

Então, o longa metragem mostra uma ou outra cena de tortura, apenas porque era necessário para entendermos contra o que Nise lutava e ao descobrir a arte como terapia ocupacional, aquele manicômio e todo o filme ganham um leve frescor de brisa à beira de um rio, sob enormes árvores verdes entrecortado pela luz do sol. Sim! o filme possui cenas delicadas e sensíveis e nos dá grande esperança no sentido humano de lidar com as pessoas.

Recomendo muito! Todo psicólogo, terapeuta, pedagogo e artista deve ver! Não perca tempo, vá hoje ao cinema, porque deve sair de cartaz logo-logo. Haviam apenas 6 pessoas na sessão. Uma pena.

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