segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lobo Solitário



Nos dias de hoje, com tantos mangás nas bancas, é muito difícil você escolher um pra começar a ler... Na dúvida, escolha um clássico. Foi o que eu fiz. Depois de muito tempo de costas deitadas na rede terminei os 28 volumes com (300 páginas cada!) de Lobo Solitário, que a editora Panini começou a publicar ainda em 2004.



A obra é, originalmente, da década de 70 e ajudou a definir o que chamamos hoje de Gekigá, que seria o quadrinhos japonês com temáticas adultas. Os culpados são Kazuo Koike (roteiros) e Goseki Kojima (desenhos). Essa dupla criou cenários e histórias diversas em torno de um samurai (Itto Ogami), que teve sua mulher assassinada, e seu filho (Daigoro) em busca de sua vingança inabalável contra a família Yagyu.

Lobo Solitário não possui roupas coloridas nem super poderes de samurais ou ninjas. Não busca a fórmula fácil do sucesso, apesar de usar a figura imponente do samurai e sua famosa honra como argamassa de todos seus enredo. É uma obra gigante que não se preocupa com linearidade e busca sempre novos temas a serem abordados.


Kazuo Koike é, na minha opinião, de tudo que eu já li de quadrinhos, o maior contador de histórias que conheço. A variedade de assuntos trabalhados em sua obra é de impressionar. Muitas vezes, a vingança dos Ogami contra os Yagyu é esquecida e mergulhamos profundamente nos personagens secundários: a geixa, o monge, o lavrador, o pescador, o ladrão... Ou mesmo a criança (Daigoro), perdida em seu silêncio tranqüilizador, é protagonista das histórias mais bonitas e emocionantes da obra.



Lobo Solitário é um título que merece ser lido devagar, com toda a calma que uma rede na varanda pode oferecer. Leia com atenção e entenda que a pétala de cerejeira que cai lentamente no lago demora o tempo que é necessário para você desfrutar quadro a quadro o espaço que ela ocupa naquela página.

Respire fundo e leia como se estivesse meditando.

Nota 10!

Ponto fraco: Acabou!

4 comentários:

Fábio Maciel disse...

Gostei do texto! Cheguei a ler uns numeros que a Panini lançou, mas perdi o fio da meada pra comprar tudo e deixei de mão. Muito massa.

O que mais me marcou, além da narrativa e dos temas, foi a arte-final do cara. Fazer aquilo com pincel é dificílimo, não é pra qualquer um mesmo! =)

Bernardo Aurélio disse...

É verdade! Mas ele usa muito bico de pena também...

Nos dias de hoje ninguém faz cenários (vide Gantz)... E ele se garante mesmo com o bico...

O cara é BOM!

Fim de papo!

Bernardo Aurélio disse...

Ah, sim! Que bom q gostou do texto. Obrigado!

Vankrist disse...

Olá, meu camarada! Gostei do texto, mas você não me venderia a edição 28 do lobo solitário?