segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Síndrome de Rose


Imaginemos a seguinte cena: um casal de namorados passando de carro vê um policial, desses fortões, encostado no muro. Como o cara é uma pessoa que se preocupa muito com a opinião dela, perguntou sobre suas fantasias sexuais com homens de uniforme. Perguntou só pra efeito de informação, claro. Só pra ficar sabendo, porque essa é um tipo de informação muito importante... Ela disse prontamente: “Nããããão! Eu tenho atração por desenhistas de quadrinhos”.

Observem bem, ela disse “ tenho atração por desenhistas de quadrinhos”. É óbvio que essa moça sofre de um desses dois problemas: ou ela é uma mentirosa compulsiva, porque se sentir sexualmente atraída por desenhistas de quadrinhos não é uma reação normal do instinto feminino. É claro que se trata de uma mentira descarada para agradar aos nerds desenhistas de plantão que nunca ficariam atraentes num uniforme militar ou qualquer outro.

Agora, existe a possibilidade desta moça sofrer de uma doença muito triste que assola muitas menininhas: um distúrbio mental que faz com que a moça fantasie um mundo romântico com um artista excêntrico que ela possa vir a conhecer. Essa síndrome já existia há muito tempo, mas só foi batizada recentemente como “Síndrome de Rose”. Alguns dos casos mais comuns de acometer as moças donas de casa é quando o marido faz uma reforma e precisa pintar a sala ou o quarto. O cheiro da tinta, as roupas sujas, os corpus besuntados de tinta acrílica, tudo faz aflorar um desejo crescente por um artista plástico em potencial.

Essa é a Síndrome de Rose. Ela foi descoberta por mim há alguns dias atrás e não tem nada a ver com o exemplo do policial citado acima. Rose, pra quem não sabe era aquela mocinha do filme Titanic que se apaixona pelo Jack, interpretado por, ninguém menos que Leonardo Di Caprio. Depois da estreia de Titanic o número de garotas que queriam posar nuas para desenhistas espinhentos cresceu absurdamente no mundo. Nada justifica essa insistência feminina em ser retratada pela mão de um desenhista iniciante a não ser ter um pouco da sensação de ser uma Rose Dawson (interpretada por Kate Wislet) sendo observada pelos olhos ardentes de desejo de um Leonardo Di Caprio. Não se iludam, amigos desenhistas. Isso é uma doença e precisa de tratamento.

Você, usando seus talento como desenhista nunca irá despertar desejos sexuais em uma garota normal. Aprenda a tocar violão, talvez tenha uma chance!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CONCURSO DE ILUSTRAÇÃO VALE UM IPAD2

Senhores,


Hoje eu soube de um evento bem interessante que está com inscrições abertas até domingo, dia 14/08.


É o Desing Photo Conference (desingnphoto.com.br)


A conferência terá curso de adobe ilustrator e fotografia profissional... Mas o que realmente importa é o seguinte: todos os incritos na conferência poderão inscrever uma ilustração com tema "tecnologia" e concorrer a um Ipad2, um programa original do Ilustrator e a um tablet invocado!!!


Os interessados devem se cadastrar no site http://pcpiaui.ning.com/ colocar sua ilustração lá, se inscrever na conferência e só esperar o resultado!


Obs: as inscrições eram só até 07/08, mas como houveram pouquíssimos trabalhos, as inscrições foram prorrogadas! Mais chances pra vocês que são ótimos quadrinhistas talentosos e têm grandes vantagens concorrendo!!!


Façam ilustrações NOVAS, ORIGINAIS para o concurso (se forem coisas antigas, podem ser eliminados), evitem fotomontagens (o concurso é de ilustração, valorizem o traço), enviem até três trabalhos, terão mais chances de ganhar!!!


Qualquer dúvida, procurem a Time Propaganda (3221 0044)

(http://pcpiaui.ning.com/profiles/blogs/concurso-cultural-design-photo)

domingo, 17 de julho de 2011

DYLAN DOG



Recentemente assisti ao filme Dylan Dog... Quando vi o trailler, imaginei: “uma mistura de Buffy com Constantine”. É uma pena que minhas suspeitas tenham se confirmado tão tragicamente. O que eu não tinha previsto seria que a película não teria sequer o carisma desses dois outros, muito menos a qualidade...



Dylan Dog foi o primeiro quadrinho italiano que li e gostei. Lembro-me do dia em que fomos ao supermercado e, na banca da frente, encontrei o primeiro exemplar que folheei desse personagem completamente desconhecido pra mim. Na verdade, ainda guardo o título comigo e acho uma das melhores edições que li do “investigador do pesadelo”: O Fantasma de Anna Never. É a edição nº4 de 1991, da editora Record. Eu fiquei louco pelo personagem. Nunca tinha lido quadrinho de terror com uma qualidade tão boa. Os desenhos eram de um cara chamado "Roi" (mais tarde decobriria que Corrado Roi seria o autor de outras das melhores bandas desenhadas do personagem). Estamos falando simplesmente da melhor combinação de terror, humor, suspense e mulheres bonitas com roteiros e desenhos de qualidade.


(Partida com a Morte, edição 4 da editora Mythos, desenhada por Corrado Roi)

Na época, eu não tinha outro quadrinho para suprir essas características que eu gostava. Se quisesse algo parecido, tinha que ser na TV, com Arquivo X. Garimpei o máximo que pude nos sebos e encontrei outras edições da Record, que guardei com muito carinho. Mais tarde, a editora Conrad lança 6 edições do personagem, todas com capas do Mike Mignola, quadrinhista fã confesso do personagem. Recomendo que os marinheiros de primeira viagem leiam essas edições da Conrad, parecem selecionadas a dedo.


(Ilustração feita por Stano)

Logo depois veio a Mythos, casa dos personagens bonellianos, mas infelizmente o título só teve 40 números. Entre eles, recomendo as edições nº 01 (A história de Dylan Dog, brilhantemente desenhada por um cara chamado Stano, que também fez várias outras edições do personagem, inclusive a primeira, chamada “O Despertar dos Mortos”), 04 (Partida com a Morte), 05 (O longo Adeus), 09 (Nas Profundezas), 35 (História de Ninguém) e 40 (O Mistério no Tâmisa).



Mas voltando ao filme... Quando você se prepara para uma adaptação do Dylan Dog, você espera uma mistura de terror tipo “A Morte do Demônio”, com um humor pastelão típico da década de 50 (vide Groucho Marx: “O camaleão só fica da cor do camaleão quando pára na frente de outro camaleão”), você espera morte, muito sangue e zumbis a la George Romero. Você espera o herói matando esses monstros sem pestanejar e não ficar de bate papo com eles, sendo o amiguinho “Investigador do pesadelo” que todo monstro conhece. Você espera o clichê das mulheres extremamente sensuais caindo nas cantadas do detetive canastrão, você espera o Dylan esquecer o revolver e , na hora “h”, Grouxo Marx atirando-o para o parceiro no clímax. Nem vou citar aqui que o mínimo que você espera é ver o Groucho... Você espera cenas completamente sem sentido, como rodas gigantes voando no espaço, uma adaga sair voando de dentro de um VHS ou um ônibus cruzando a lua... DEUS! Você espera ver uma Londres sinistra, cheia de nevoeiro! Você espera um herói atônito exclamando: “Judas dançarino!”... Infelizmente não é isso que vemos no cinema de Dylan Dog... Um filme que falha como adaptação, como cinema de terror, de comédia ou de detetive, com seus recordatórios e narrativas desnecessários... Mas tem um vilão final digno de Power Rangers!

Fiquem longe!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Killer Crispim

When the moon is in the high sky
And the Old Monk river goes down
His big head ahead rises

His killer’s eyes looking for a victim,
Looking for a innocent Maria.

Step bay step going down a dark street,
In the nigth, a lenely criature.

Many years ago
A terrible mother’s curse
Down on a child:

“Seven girls you’ll have to kill
Ungrate son!
Or you will never see again the light of sun
You don’t understand the love of a mom
For that, you’ll be turn in to a monster
And will live by the river
You destroyd my life
You made real our poverty
And can’t live with that
Sick and hungry your hate changed in madness
You raise up your hand over me.”

Years before, six little girls
Were dead in screams and blood
When the seventh fall down,
He’ll come back a normal man
If a seventh die.

With her books on the chest
The white skin and fresh meat
Waiting the bus, but is to late
To the little and pretty girl.

Running down the street,
With fingers starved of horror song
Singing by the virgin mouth,
Crispim is so insane!

Run and pray!
Just run away!
Try to live
But anyway
You will die
Before next day.

The moon shine in red blood
His hate and hungry decrease
The wind blows so strong
It’s the end of a mother’s curse
Crispim isn’t more the same
The river isn’t more his home
But the curse don’t dispel
‘Couse Crispim have no more choice.

His eyes is like the light of the moon
The madness still alive in his body
The eighth death will come soon
It’s the lovely heritage to a son.

EXODUS

(por Bernardo Aurélio)

Os navios deixam Portugal
Navegam o mar da fantasia
Marinheiros de sol e sal
Enfrentam monstros e magia.

Pra trás ficam Lisboa,
E um trono vazio
Desesperada a corte
Embarca para o Brasil.

Ooh, mar salgado!
Quanto do teu sal
São lágrimas choradas de Portugal?

Aah, mar salgado!
Quanta tragédia!
Perder o rei, assim da noite pro dia.

Ooh, icem as velas!
Homens para o mar,
Ao horizonte, pra longe de nosso lar?

Os barcos ancoram no litoral,
Cruzaram o mar com angustia.
O fim da escravidão colonial.
Um reino o Brasil agora vivia.

Ooh, mar salgado!
Quanto do teu sal
São lágrimas sangradas por Portugal?

Aah, mar salgado!
Quanta tragédia!
Perder o rei, assim da noite pro dia.

Ooh, Rei, meu rei!
Volte a Portugal
Veja seus filhos, proteja-nos de todo mal!

Espíritos dos Deuses Mortos

(por Bernardo Aurélio)


Os homens rezam através dos tempos
Pedem proteção ao desconhecido
Oferecem oração, despercebidos,
Não existem mais aqueles templos.

Há apenas um à quem apelar.
Um Deus com seus santos na Terra
E deuses mortos na santa guerra
Milhares de seres a nos observar.

Os sentidos nos enganam
Estão todos aqui, os deuses tortos.
À noite eles nos procuram.
São os espíritos dos deuses mortos.
(Refrão)

Eles estão perdidos na Terra.
Espíritos antigos, caídos, escondidos.
Que dançam ao redor da chama de velas
Deuses esquecidos que só querem rezas.

Astro Rei

(por Bernardo Aurélio)


Sobre nossas cabeças
Um Astro Rei
Escaldante e eterno
O sangue ferve
Nas veias, no inverno.

Sobre nossas cabeças
Um Astro Rei
Escaldante e eterno
A loucura cresce
Na cidade, no inferno.
(Refrão)


Criaturas diurnas
Forjadas pelo sol
Caminham pelo asfalto
Atravessam prédios,
Ferro e concreto.

Zumbis engravatados
O enorme big-ben
Refletido nos pulsos
Sem vontade própria
Dia-a-dia controlados.

É ele quem dá as regras
Ele é o astro rei
Não há entropia
Abaixe a cabeça,
Apenas faça! Sorria!

As horas estão contadas
Não vá se perder,
Não olhe para a lua
O ciclo lunar é diferente
O sol não se pode deter.

Olhe para o sol
Cegue suas retinas
Não precisa delas
Já sabe o que irá fazer
Quando o dia amanhecer.

Crispim Assassino

(por Bernardo Aurélio)

Quando a lua está alta no céu
E o velho monge desce devagar
Seu corpo surge no véu da noite

Seus olhos assassinos procuram pela vítima,
Procuram pela inocente Maria.

Seus passos descendo a rua escura
Na noite, a solitária criatura.

Muitos anos atrás
A maldição de uma mãe
Caiu sobre sua criança:


“Viverá para sempre no rio!
Até que sete garotas tenha matado,
Maldito filho ingrato!
Não verá mais a luz do sol.
Não entende o amor de uma mãe.
Um monstro que merece esse fim!

Você destruiu minha vida
Tornou real nossa pobreza
Não pode viver com isso
Doente e faminto, ódio e loucura
Você levantou sua mão sobre mim!”

Anos depois, seis garotas
Mortas em gritos e sangue
Quando a sétima cair ao luar
Será o fim da maldição
Basta mais uma cair e sangrar

Com seus livros sobre o peito
Sob a pele pulsa o sangue fresco
Esperando o ônibus, mas é tão tarde
Tão tarde para a pequena menina.

Correndo rua abaixo
Faminto de horror
Ele quer devorá-la
Sangue, suor e pavor.

Cante, cante, menina.
Cante, cante, Maria.
Cante o grito da dor
Liberte Crispim
Liberte Crispim sofredor.

A lua brilha vermelha esta noite.
Seu ódio e fome diminuem
O vento sopra tão forte como açoite
Sua mãe está no inferno, saciada
Crispim não é mais o mesmo
O rio não é mais sua casa amaldiçoada

Mas Crispim não tem mais opção
Seus olhos são como o brilho da lua
A oitava vítima virá logo.
Banhará de sangue novamente a rua
É sua herança, é tudo que tem.
É o que arde no peito.
É fogo.

Lunar

(por Bernardo Aurélio)

Eu vejo o céu
Com olhos vermelhos
Minha cabeça dói tanto
Minha alma grita

A luz da lua
Tão escura esta noite
E meus pesadelos
São bons sonhos

A luz da lua me guia
Corro pelo precipício
Se eu cair, serei livre
Talvez seja melhor

Olho para seus rostos
Tanta gente insana
Eles são loucos!
Vivendo à luz do sol
Vivendo tão pouco.

Não si controlam.
A lua está comigo.
Eles vivem pelo sol
Com a lua estou protegido.


Lunar (Versão em inglês)
(Bernardo Aurélio)

I look to the sky
My eyes are red
My head hurt so much
And my soul scream

The light of the moon
Are so dark tonight
And my nigthmares
Are just like dreams.

The lunar lights guides me
I run closer to the edge
If I fall I will be free
And maybe it will better

I look to their faces
And see anything
Just insanity.
They are so crazy
Living like that
Day after day around the sun.

They don’t control their own lives
The lunar Light its with me
They live inside of madness
The lunar light hold me.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Meia Noite em Paris



Normalmente eu não faço resenhas sobre filmes. Não é minha praia. Mas eu posso escrever sobre o que gosto e os filmes do Woody Allen sempre me agradam. Não sou nenhum fã incondicional que disseca da filmografia do cara. Assim, de cabeça, lembro que assisti Poderosa Afrodite (1995), Os Trapaceiros (2000), Match Point (2005), Celebridades (1998), Scoop (2006) e agora o Meia Noite em Paris, que vi ontem. Como podem ver, são todos obras recentes. Tenho algumas coisas antigas dele agendadas para ver, como O Dorminhoco (1973) e Tudo o que Você Sempre Quis Saber sobre Sexo mas Tinha Medo de Perguntar (1972)... Mas vão ficar pra depois.

O que posso dizer desses filmes que já vi é que Woody Allen parece melhorar sempre. É impressionante! Entre esses filmes que vi, com exceção de Match Point, que é quase um thriller, diferente dos outros: comédias, ele parece bater sempre na mesma tecla, mas com um estilo particular a cada vez. É gostoso de ver! A verdade é que suas comédias românticas, sempre protagonizadas por ele, mesmo quando não está atuando (vide Kenneth Branagh em Celebridades, ou mesmo o Owen Wilson nesse Meia Noite em Paris), são aqueles filmes que você fica com aquele sorriso de bobo quando os créditos sobem e as luzes acendem. Woody tem o poder de nos transformar em expectadores e só! Nada mais importa! Poderíamos continuar assistindo aquilo até o fim das nossas vidas. E o que mais me impressiona nele é que é completamente despretensioso.



Meia Noite em Paris é um filme que se passa nos dias de hoje sobre um cara que é apaixonado por um passado que não viveu, como se tivesse a sensação de que nasceu na época errada. Ele é encantado pelos anos 20 de Paris, com os grandes artistas que viveram ali naquela época, naquela áurea, como Picasso, T. S. Eliot, Scott Fitzgerald, Dalí e tantos outros que aparecem no filme. É imperdível ver Hemingway desafiando as pessoas para uma boa luta de boxe!



Um filme sobre se encontrar no tempo em que se vive.

É o seguinte: Meia Noite em Paris está em cartaz e, se você nunca assistiu a um Woody Allen, não perca tempo. Ele é um velhinho atrapalhado como vimos em seus filmes e nunca saberemos quando ele poderá bater as botas... Desfrute-o como se fosse a última vez que pudesse fazer isso. Aproveite!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vikings e o Local de Brian Wood



Há mais de um ano é publicado na revista mensal Vertigo o título Vikings (Northlanders, no original), de Brian Wood. Eu já conhecia o autor de outra obra chamada Local, editado em dois volumes pela Devir há alguns anos. Lembro que gostei de Local. Tratava-se de uma reunião de contos urbanos, onde uma garota decidida a cair na estrada passava por aventuras cotidianas pelas cidades que atravessava. Cada cidade tinha um clima diferente, uma personalidade e, em algumas vezes, a garota era apenas um coadjuvante. Local tem seus altos e baixos, mas eu recomendo...



Em Vikings, Brian Wood muda o cenário completamente, mas mantém a fórmula de centralizar o enredo em torno da importância do lugar onde se passa a história. Vikings também funciona como contos, a diferença entre esse e Local é que os contos em Vikings se estendem por várias edições, em arcos fechados e independentes entre si... O problema é que, às vezes, os contos não funcionam e se alongam além do necessário. Ou então a história é fechada em uma única edição, como aconteceu em Vertigo nº 17, mas se desenvolve de maneira irritante, com um monte de caixas de textos descompassados com uma cena de luta entre duas pessoas que durou, desnecessariamente, todas as 22 páginas da edição. Novamente, Brian Wood se mostra um bom autor, mas com seus momentos...



Brian também é autor de ZDM (lançado pela Panini em edições luxuosas), mas ainda não li. Sei que o plot da obra gira em torno da ilha de Manhanttan que se torna uma zona militarizada. Me parece mais uma prova de que Brian dá mais importância para o cenário em suas histórias do que para os personagens. Isso é uma característica diferencial.

Recentemente descobri que Vikings será cancelada nos Estados Unidos, na edição 50, para desespero de alguns fãs. Vários são os motivos para o cancelamento de uma revista e, nesse caso, acredito que a qualidade dela não foi levada em consideração. Muitas boas revistas tem baixas vendas e algumas porcarias vendem muito bem, obrigado! Acho que o cancelamento se deve, principalmente, por causa da reformulação que a DC, sua editora original, está sofrendo, passando o rodo geral e cortando vários títulos, mais de 20. O que quero dizer é que há quem goste e que a obra será fechada em 50 edições e, espero que a editora Panini repense o título, tirando-a da revista Vertigo e lançando-a em encadernados para quem realmente fará proveito disso, como fez com alguns arcos de Hellblazer.

Ponto fraco: Brian Wood escreve em 6 edições o que poderia ter feito em 1 ou 2.

Nota 7.5

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lobo Solitário



Nos dias de hoje, com tantos mangás nas bancas, é muito difícil você escolher um pra começar a ler... Na dúvida, escolha um clássico. Foi o que eu fiz. Depois de muito tempo de costas deitadas na rede terminei os 28 volumes com (300 páginas cada!) de Lobo Solitário, que a editora Panini começou a publicar ainda em 2004.



A obra é, originalmente, da década de 70 e ajudou a definir o que chamamos hoje de Gekigá, que seria o quadrinhos japonês com temáticas adultas. Os culpados são Kazuo Koike (roteiros) e Goseki Kojima (desenhos). Essa dupla criou cenários e histórias diversas em torno de um samurai (Itto Ogami), que teve sua mulher assassinada, e seu filho (Daigoro) em busca de sua vingança inabalável contra a família Yagyu.

Lobo Solitário não possui roupas coloridas nem super poderes de samurais ou ninjas. Não busca a fórmula fácil do sucesso, apesar de usar a figura imponente do samurai e sua famosa honra como argamassa de todos seus enredo. É uma obra gigante que não se preocupa com linearidade e busca sempre novos temas a serem abordados.


Kazuo Koike é, na minha opinião, de tudo que eu já li de quadrinhos, o maior contador de histórias que conheço. A variedade de assuntos trabalhados em sua obra é de impressionar. Muitas vezes, a vingança dos Ogami contra os Yagyu é esquecida e mergulhamos profundamente nos personagens secundários: a geixa, o monge, o lavrador, o pescador, o ladrão... Ou mesmo a criança (Daigoro), perdida em seu silêncio tranqüilizador, é protagonista das histórias mais bonitas e emocionantes da obra.



Lobo Solitário é um título que merece ser lido devagar, com toda a calma que uma rede na varanda pode oferecer. Leia com atenção e entenda que a pétala de cerejeira que cai lentamente no lago demora o tempo que é necessário para você desfrutar quadro a quadro o espaço que ela ocupa naquela página.

Respire fundo e leia como se estivesse meditando.

Nota 10!

Ponto fraco: Acabou!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

10 anos de Evangelion no Brasil



Recentemente deitei minhas costas preguiçosas numa rede da varanda e pus-me a ler todas as 24 edições de Neon Genesis Evangelion. Era uma série que eu tinha parado de ler na nº 17, mas que vinha adquirindo as novas sempre que chegavam à banca. Parei na 17 por causa de um problema simples: a publicação nacional acompanhou a japonesa e o autor (Yoshiyuki Sadamoto) só lança um volume por ano (o que dá duas edições brasileiras). Depois disso, desde a revista de número 20 a Conrad passou por questões editoriais delicadas e não vinha lançando mais nada. Resumo da ópera: a editora JBC lançou os 4 últimos números.

Deitei-me. Pus-me a ler. É incrível como o título me prendeu mais do que em 2001! Completará 10 anos desde que a 1ª foi lançada aqui em novembro daquele ano! A garotada que começou a ler mangá curtindo Naruto não imagina a euforia de leitores como nós naquele começo de década. Naquela época tínhamos basicamente Dragon Ball nas bancas e a promessa de uma editora em ascensão (a própria Conrad), que pouco depois colocaria Vagabond e One Piece nas bancas. O fato é que Evangelion vinha com a carga de ser uma das principais séries lançadas na década de 90. Foi um rebuliço no meio. Robôs gigantes, Anjos, Deus e garotas de colante (uma loira de vermelho e outra de cabelo curto azul)!

Os personagens principais da série são adolescentes pilotos dos grandes robôs chamados Evas, que teriam sido construídos a partir de Adão, que seria um anjo que teria caído na terra em 2000 causando o que foi chamado de “segundo impacto”, que dizimou metade da população da terra em desastres naturais, terremotos, maremotos e aumento do nível do mar. Shinji Ikari, o “herói”, sempre foi um chato de carteirinha e muita gente odeia a série por conta dele: um depressivo com grande potencial suicida que se arrasta pelos cantos. Rei Ayanami que, de tão insossa (apesar de sexy), faz o Shinji parecer um cara super descolado. E Asuka Langley, com distúrbio de dupla personalidade daria inveja àquela loirinha de Beleza Americana, que se acha uma femme fatalle mas não passa de uma criança com seios desenvolvidos. Típica adolescente “atiradinha”.



Muitos dizem que é uma série super cabeça, enfadonha e que Shinji é um “viadinho enclausurado no armário”. Talvez a animação até tenha seus problemas, com seus vários finais que parecem não saber onde querem chegar e com a relação de Shinji com seu “amigo” de sexualidade duvidosa, Kaworu Nagisa. Mas eu não assisti a animação então não vou opinar nisso. Mas no mangá Shinji deixa claro sua opinião sobre as “investidas” estranhas de Kaworu e também sobre seus sentimentos crescentes por uma tal garota (digamos assim), sem falar que o mangá é pancadaria quase ininterrupta! São criaturas chamadas “Anjos” que tentam invadir a corporação Nerv, base superprotegida erguida nos subterrâneos de Tóquio 3. Um após outro, os anjos, criaturas umas mais estranhas que as outras, protagonizam lutas diferentes de qualquer outra que você já possa ter visto desde começou a assistir o gigante guerreiro Daileon! Um dos anjos é como um dado de oito lados! Um octoedro.

A série não faz explicações imensas e pseudofilosóficas sobre as origens daqueles seres e tudo vai sendo construído aos poucos, devagar. O próprio autor já comentou que, em síntese, a obra fala sobre o amadurecimento do Shinji, de suas relações com as pessoas à sua volta e de como enxerga a vida. A série mata personagens legais e você fica puto com o autor porque gosta deles.

Recomendo muito.
Ponto fraco da série: não gostei do Shinji e da Asuka terem de aprender a dançar para sincronizar seus movimentos para derrotarem um Anjo. Achei meio tosto.

Ponto fraco da publicação da JBC: em comparação com a edição da Conrad, fica a dever porque não coloca as ilustrações muito bem coloridas com aquarela no começo de cada edição.

Nota: 9.5

sexta-feira, 11 de março de 2011

188 anos da Batalha do Jenipapo



Dia 13 de março de 1823 aconteceu a Batalha do Jenipapo, importante no processo de independência do Brasil no Piauí.

Em 2009 eu e meu irmão, Caio Oliveira, fizemos um livro chamado Foices e Facões que conta um pouco desse processo.

Essa ilustração que fiz é Fidié e Teobaldo, personagens do meu livro.