OBS: CHEIO DE SPOILLERS!
Assisti ontem ao filme dos Cavaleiros do Zodíaco no cinema. Ele é ruim! Entendo que o filme é muito curto e que precisava fazer cortes bruscos, tem apenas uma hora e meia para tentar resumir quase 70 episódios, até achei algumas saídas bem legais, como o fato do Seiya dizer: “Gente, tenho uma ideia pra gente chegar rápido na próxima casa...” e dá um pulo! Isso é ótimo! Não precisam ficar 3 episódios correndo de uma casa para outra. Afinal, porra!, eles são Cavaleiros do Zodíaco que abrem fendas no chão com um chute! E se movem na velocidade do som, ou mesmo da luz!
Também há recursos bons, como a entrada de Shaka e a
aparição de Kamus, bem utilizados para ganharmos tempo, algo precioso nesse
filme mas que foi muito mal aproveitado. O começo do filme é unânime! Todos
gostamos! Os cavaleiros de ouro lutando no espaço! Que show! A introdução do
Seiya e companhia são também muito convincentes, apesar do diálogo de Saori com
o mordomo (esqueci o nome desse insignificante e irritante personagem), tipo:
“Oi, Saori, você completou 16 anos. Vamos dar um passeio de carro que preciso
lhe contar que você é uma deusa reencarnada”. E ela responde, tipo: “Como
assim? Ok”.
Como estava dizendo, o tempo é precioso no filme, mais um
motivo para não fazer aquela cena na casa de Câncer. Um musical! Meu Deus! Que
vergonha! Nem é pelo musical em si, que é um gênero que eu adoro, mas é porque
a cena é ridícula de propósito, pra fazer “otacus” de 10 anos gargalharem. E eu
nem sei se isso funcionou porque na sessão que eu assisti a idade média devia
estar entre 25 e 30 anos. E ficou um silêncio gélido, mortificante e
envergonhado na sala durante toda a cena. Eu olhava para as pessoas ao meu lado
e eles tinham a angustiante expressão no rosto: “Isso não vai acabar nunca?”
Esse é o grande problema do filme, talvez apenas para nós,
beirando a casa dos 30: o humor demasiadamente infantil. O filme tem três cenas
engraçadas (Seiya encostando o dedo no leão, Shiryu palestrando sobre as 12
casa e a galera fugindo do seu discurso, o Seiya tentando explicar o plano pra
Saori e sendo atropelado pelos colegas), o resto é puro constrangimento pra
qualquer público um pouco mais exigente ou menos imaturo (afinal, estamos
falando de CdZ, talvez eu esteja apenas velho demais): toda cena em que o
mordomo falava eu queria me enterrar na poltrona e o Seiya gritando, abobalhadamente,
com a mão enfaixada na cena com a Saori... Meu deus! Meu dinheiro de volta, por
favor!
Vi que o produtor do filme queria apresentar os personagens
para um novo público, jovem, mas é preciso lembrar que trata-se de uma
homenagem aos 40 anos do criador Kuramada e de 25 anos da obra. Ou seja, uma
animação que sempre foi muito mais ação
e drama, preferiu focar agora no humor infantil, quando, na verdade, seu
público envelheceu. Um legítimo tiro pela culatra. Quer renovar o público?
Façam isso primeiro no mangá e na tv. Os produtores tinham de pensar na plateia
global. CdZ é um sucesso mundial há mais de 20 anos, ou seja, conquistar o
exigente e sempre reciclado mercado japonês com o cinema não deveria ser a
prioridade. “Vamos apostar em quem nós sabemos que gostam de CdZ”, essa deveria
ter sido a pauta, aí poderiam continuar fazendo um filme censura 10 anos que o
resto do público viria pela boa crítica, os pais trariam os filhos e os
sobrinhos, despertando uma nova geração.
Outra coisa, se o objetivo era apresentar os personagens
principais, seria muito mais inteligente fazer a Saga do Torneio Galáctico
tendo o Ikki como vilão e deixar as 12 casas para depois, já que o produtor tenciona fazer outros longas, porque esse filme foi, na verdade, um grande
desserviço para os cavaleiros de bronze. Porque o problema do filme não foi só
o humor, foram as lutas nas 12 casas (reparem que eu nem reclamo a falta de
sangue censura 10 anos). O que os bronze fizeram contra os cavaleiros de ouro?
Nada! Shiryu vence Câncer. Ok. Mas aquele Máscara da Morte até mesmo o Shun
venceria. Hyoga vence Kamus. Ok. É a única luta onde um bronze realmente valeu
alguma coisa. Nas demais lutas, nenhum cavaleiro de bronze faz nada! Nenhum
deles desperta, de verdade, o sétimo sentido, afinal, o que é aquela “bazuca”
no braço do Seiya? Até o Ikki! Até o Ikki, que chega botando moral, não faz
porra nenhuma. Quem salva o dia é o cosmo da Atena e da alma de Aioros de
Sagitário, upando o Seiya.
Continuando, se o objetivo era apresentar os protagonistas
para uma nova geração, fizeram isso muito mal. Nenhum bronze consegue empolgar
nas lutas contra os ouro. Não dá tempo de sentir o cosmo subindo. Não há tensão
para atingir o sétimo sentido. Não há drama ou sequer esperança de que os
bronze possam fazer algo contra Shura de Capricórnio ou Milo de Escorpião (que
é uma mulher e não fez diferença nenhuma). Benza deus que aquele Ikki raquítico
não teve de lutar contra Shaka de Virgem. Quer dizer, tudo muito frustrante.
Enfim, a grande vantagem desse filme foi corrigir o lance
das armaduras dentro dos colares, que vi no primeiro episódio de CdZ Omega (só
vi o primeiro episódio). Porque agora elas continuam dentro do caixote de ferro
clássico... Ok, o caixote fica dentro do colar, mas agora está muito melhor.
Obs: É ruim mas eu gostei.
Obs: É ruim mas eu gostei.
3 comentários:
hahaha bacana, mas diferente do meu caso, achei ruim e não gostei. Depois da uma olhada na minha crítica. http://mundodeadan.wordpress.com/2014/09/16/saindo-do-forno-cavaleiros-do-zodiaco-a-lenda-do-santuario/
vou ver
Genial: "Saga, o grande chefão, se tornou apenas um personagem unilateral, sem motivações, virou um personagem mau, apenas para ser mau, todo o conceito de sua dualidade, foi transferida para a estética de sua armadura,que mesmo assim não acrescentou em nada na trama, deixando um personagem raso, vilão de Power Rangers, não foi atoa que ele se transformou em um monstro gigante no final."
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