segunda-feira, 21 de julho de 2014

E de Extinção

Por Bernardo Aurélio

Nunca fui um grande leitor de X-Men. Na verdade, conheço pouquíssimo da vasta novela mutante interminável que durante décadas foi escrita por Chris Claremont e dezenas de outros autores. De certa forma, na ignorância, reverencio o título. Também não sou um grande fã de Grant Morisson. Da sua obra, guardo na memória obras belíssimas como Superman – Grandes Astros, Asilo Arkhram e Homem Animal. Entretanto, como um leitor em débito com o universo Marvel, resolvi colecionar as edições publicadas pela Salvat e eis que li: E de Extinção.


A primeira coisa que chama atenção são os desenhos do Frank Quitely, daquele tipo “ame-o ou odeio-o”. O desenhista já fez dobradinha com o escritor em outros títulos, como Flex Mentallo e Superman, que acabei de citar como um dos pontos autos do autor. Outra coisa que chama atenção é que é uma obra pequena, em apenas três partes, dessas histórias que devem (digo “devem” pq não acompanho a série regular de X-Men) se destacar no meio de tantos títulos mensais que tem um enorme “X” na capa. É como se, no meio de tanto mainstream um pequeno arco de três edições pudesse se tornar um ponto alto na biografia do grupo.

E de Extinção conta a história de um novo plano usando antigos Sentinelas (robôs roxos que, apesar da démodée, são especialistas em matar mutantes, mas nunca foram muito eficientes) reformados para melhor fazerem seu trabalho. Por trás deste plano está Cassandra, um ser que aparentemente possui poderes mentais e... (bom, odeio spoillers). A história é grandiosa e acontecem coisas que não podem ser consertadas, como a morte de 16 milhões de mutantes (ops... desculpem!).


Outro ponto interessante é o questionamento levantado em alguns momentos: porque existem mutantes legais como Wolverine e Jean Gray, que são superpoderosos e sexys, além de parecerem humanos normais, enquanto, ao mesmo tempo, existem monstros cada vez mais bestiais como o Fera e outras criaturas mais aterrorizantes? Que tipo de evolução é essa que gera o pobre John Feioso, onde o único salto evolutivo que o gene X foi capaz de fazer trata-se de uma cabeça com três rostos que não podem fazer nada contra um Sentinela? Afinal, pq certos mutantes são extremamente poderosos, bacanas e bonitões enquanto outros não parecem humanos?


Fica a pergunta que, na verdade, tem em sua resposta, a grande sacada dos X-Men: o diferete gera repulsa e ódio.  E o pobre John Feioso é apenas feio pq não parece humano.



Enfim, recomendo.

Sem falar que a Emma tá um pitel.

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