Por Bernardo Aurélio
Nunca fui um grande leitor de
X-Men. Na verdade, conheço pouquíssimo da vasta novela mutante interminável que
durante décadas foi escrita por Chris Claremont e dezenas de outros autores. De
certa forma, na ignorância, reverencio o título. Também não sou um grande fã de
Grant Morisson. Da sua obra, guardo na memória obras belíssimas como Superman –
Grandes Astros, Asilo Arkhram e Homem Animal. Entretanto, como um leitor em
débito com o universo Marvel, resolvi colecionar as edições publicadas pela
Salvat e eis que li: E de Extinção.
A primeira coisa que chama
atenção são os desenhos do Frank Quitely, daquele tipo “ame-o ou odeio-o”. O
desenhista já fez dobradinha com o escritor em outros títulos, como Flex
Mentallo e Superman, que acabei de citar como um dos pontos autos do autor.
Outra coisa que chama atenção é que é uma obra pequena, em apenas três partes,
dessas histórias que devem (digo “devem” pq não acompanho a série regular de
X-Men) se destacar no meio de tantos títulos mensais que tem um enorme “X” na capa.
É como se, no meio de tanto mainstream
um pequeno arco de três edições pudesse se tornar um ponto alto na biografia do
grupo.
E de Extinção conta a história de
um novo plano usando antigos Sentinelas (robôs roxos que, apesar da démodée, são especialistas em matar
mutantes, mas nunca foram muito eficientes) reformados para melhor fazerem seu
trabalho. Por trás deste plano está Cassandra, um ser que aparentemente possui
poderes mentais e... (bom, odeio spoillers).
A história é grandiosa e acontecem coisas que não podem ser consertadas, como a
morte de 16 milhões de mutantes (ops... desculpem!).
Outro ponto interessante é o
questionamento levantado em alguns momentos: porque existem mutantes legais
como Wolverine e Jean Gray, que são superpoderosos e sexys, além de parecerem
humanos normais, enquanto, ao mesmo tempo, existem monstros cada vez mais
bestiais como o Fera e outras criaturas mais aterrorizantes? Que tipo de
evolução é essa que gera o pobre John Feioso, onde o único salto evolutivo que
o gene X foi capaz de fazer trata-se de uma cabeça com três rostos que não
podem fazer nada contra um Sentinela? Afinal, pq certos mutantes são
extremamente poderosos, bacanas e bonitões enquanto outros não parecem humanos?
Fica a pergunta que, na verdade,
tem em sua resposta, a grande sacada dos X-Men: o diferete gera repulsa e
ódio. E o pobre John Feioso é apenas
feio pq não parece humano.
Enfim, recomendo.
Sem falar que a Emma tá um pitel.
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