sexta-feira, 3 de junho de 2011

10 anos de Evangelion no Brasil



Recentemente deitei minhas costas preguiçosas numa rede da varanda e pus-me a ler todas as 24 edições de Neon Genesis Evangelion. Era uma série que eu tinha parado de ler na nº 17, mas que vinha adquirindo as novas sempre que chegavam à banca. Parei na 17 por causa de um problema simples: a publicação nacional acompanhou a japonesa e o autor (Yoshiyuki Sadamoto) só lança um volume por ano (o que dá duas edições brasileiras). Depois disso, desde a revista de número 20 a Conrad passou por questões editoriais delicadas e não vinha lançando mais nada. Resumo da ópera: a editora JBC lançou os 4 últimos números.

Deitei-me. Pus-me a ler. É incrível como o título me prendeu mais do que em 2001! Completará 10 anos desde que a 1ª foi lançada aqui em novembro daquele ano! A garotada que começou a ler mangá curtindo Naruto não imagina a euforia de leitores como nós naquele começo de década. Naquela época tínhamos basicamente Dragon Ball nas bancas e a promessa de uma editora em ascensão (a própria Conrad), que pouco depois colocaria Vagabond e One Piece nas bancas. O fato é que Evangelion vinha com a carga de ser uma das principais séries lançadas na década de 90. Foi um rebuliço no meio. Robôs gigantes, Anjos, Deus e garotas de colante (uma loira de vermelho e outra de cabelo curto azul)!

Os personagens principais da série são adolescentes pilotos dos grandes robôs chamados Evas, que teriam sido construídos a partir de Adão, que seria um anjo que teria caído na terra em 2000 causando o que foi chamado de “segundo impacto”, que dizimou metade da população da terra em desastres naturais, terremotos, maremotos e aumento do nível do mar. Shinji Ikari, o “herói”, sempre foi um chato de carteirinha e muita gente odeia a série por conta dele: um depressivo com grande potencial suicida que se arrasta pelos cantos. Rei Ayanami que, de tão insossa (apesar de sexy), faz o Shinji parecer um cara super descolado. E Asuka Langley, com distúrbio de dupla personalidade daria inveja àquela loirinha de Beleza Americana, que se acha uma femme fatalle mas não passa de uma criança com seios desenvolvidos. Típica adolescente “atiradinha”.



Muitos dizem que é uma série super cabeça, enfadonha e que Shinji é um “viadinho enclausurado no armário”. Talvez a animação até tenha seus problemas, com seus vários finais que parecem não saber onde querem chegar e com a relação de Shinji com seu “amigo” de sexualidade duvidosa, Kaworu Nagisa. Mas eu não assisti a animação então não vou opinar nisso. Mas no mangá Shinji deixa claro sua opinião sobre as “investidas” estranhas de Kaworu e também sobre seus sentimentos crescentes por uma tal garota (digamos assim), sem falar que o mangá é pancadaria quase ininterrupta! São criaturas chamadas “Anjos” que tentam invadir a corporação Nerv, base superprotegida erguida nos subterrâneos de Tóquio 3. Um após outro, os anjos, criaturas umas mais estranhas que as outras, protagonizam lutas diferentes de qualquer outra que você já possa ter visto desde começou a assistir o gigante guerreiro Daileon! Um dos anjos é como um dado de oito lados! Um octoedro.

A série não faz explicações imensas e pseudofilosóficas sobre as origens daqueles seres e tudo vai sendo construído aos poucos, devagar. O próprio autor já comentou que, em síntese, a obra fala sobre o amadurecimento do Shinji, de suas relações com as pessoas à sua volta e de como enxerga a vida. A série mata personagens legais e você fica puto com o autor porque gosta deles.

Recomendo muito.
Ponto fraco da série: não gostei do Shinji e da Asuka terem de aprender a dançar para sincronizar seus movimentos para derrotarem um Anjo. Achei meio tosto.

Ponto fraco da publicação da JBC: em comparação com a edição da Conrad, fica a dever porque não coloca as ilustrações muito bem coloridas com aquarela no começo de cada edição.

Nota: 9.5

Um comentário:

Erico disse...

Em resumo, Evangelion matava personagens queridos de todos before it was cool(Game of Thrones).